quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

SOROR MARIANA ALCOFORADO


Mariana Alcoforado, (Beja, 2 de Abril de 1640 - 28 de Julho de 1723) foi uma freira portuguesa, no Convento de Nossa Senhora da Conceição em Beja. É considerada a autora das cinco Lettres Portugaises (As Cartas Portuguesas) dirigidas a Noel Bouton de Chamilly, conde de Saint-Léger, oficial que lutou em solo português, sob as ordens de Frederico de Schomberg, na Guerra da Restauração.

Já no testamento materno Mariana fora nomeada monja do Convento da Conceição. Sem nenhuma inclinação mística, estava, pois, destinada à vida religiosa, sorte idêntica à de muitos homens e moças da época, encerrados em mosteiros por mera decisão paterna.

Os amores com Chamilly, a quem vira pela primeira vez do terraço do convento, de onde assistia às manobras do exército, deve ter ocorrido entre 1667 e 1668. Mariana pertencia à poderosa família dos Alcoforados, e o escândalo provavelmente se alastrou. Temeroso das consequências, Chamilly saiu de Portugal, pretextando a enfermidade de um irmão. Prometera mandar buscá-la. Na sua espera, em vão, escreveu as referidas cartas, que contam uma história sempre igual: esperança no início, seguida de incerteza e, por fim, a convicção do abandono. Esses relatos emocionados fizeram vibrar a nobreza de França, habituada ao convencionalismo. Além disso, levaram, para a frívola sociedade, o gosto acre do pecado e da dor, pois, ao virem a lume, divulgaram a informação de que as compusera uma freira.

Seguiram-se as Respostas; entretanto, todas as outras publicações são apócrifas. Rousseau, por achar as cartas belas demais para serem ideadas por uma mulher, negava-lhes a autenticidade; entre os portugueses, Alexandre Herculano e Camilo Castelo Branco. Pelas boas obras e pelos sacrifícios com o tempo se reabilitou; chegou a abadessa e morreu já idosa.

Na hipótese de não serem autênticas, ignora-se por que as Cartas, escritas em francês, possuem acentuados vestígios de sintaxe portuguesa. Especula-se que provêm de tradução literal de cartas escritas em português — e perdidas —, ou então compostas por alguém que, conhecendo o idioma francês, não o dominava a ponto de redigi-lo com absoluta perfeição. E na biblioteca dos Alcoforados acharam-se inúmeros livros em francês, indício provável de que eles teriam se servido frequentemente da língua, ao menos para leitura.

3 comentários:

Anônimo disse...

SALVE...OS ENCONTROS, OS ACASOS, OS AMIGOS E OS CAMINHOS PERCORRIDOS. O MELHOR PRESENTE QUE UM AMIGO PODE DAR AO OUTRO É A TROCA DO CONHECIMENTO E A BUSCA CONTÍNUA DO SABER!!!
OBRIGADO AMIGO..POR ESTE PRESENTE ETERNO.

DuSoPraVoce disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
DuSoPraVoce disse...

Bom Milton estou fascinado com tudo que li, beijo