terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O PRECONCEITO ACONTECE ONDE NÃO DEVIA...




Milton Ferreira Verderi

Nesta semana decidi falar sobre um assunto que me incomoda e anda incomodando muita gente, o preconceito dentro da comunidade gay.

Eu como gay assumido há anos, não admito dentro da sociedade que eu faço parte certos tipos de preconceitos. Dentro da cultura “fashionista” e de uma plasticidade quase que “fake”, somos obrigados a conviver com certas “ritualizações” que são indiferentes a uma sociedade comum e que possa ter algum conceito de fraternidade.

Onde podemos detectar, de um modo agressivo estas afirmações, são dentro de sites de relacionamento – não preciso citar nomes pois os donos dos sites não têm culpa das abominações que as pessoas escrevem em seus perfis.

Aceito que, como eu, as pessoas tenham seus gostos e escolhas, mas a situação está ficando tão grave que não há mais espaço para um outro tipo de relacionamento: a amizade!

Já sofremos demais para nos assumir e conseguir um lugarzinho ao Sol, e quando achamos que dentro da sociedade que freqüentamos, estaremos seguros...grande engano, é onde somos mais apedrejados. Motivos? Os mais toscos possíveis: você é gordinho, você é magro, você tem pelos, você não é musculoso ou atlético, você é afeminado, você não é fashion, etc.

Dessa maneira, os relacionamentos de qualquer natureza nunca irão sobreviver.

Posso citar vários exemplos:

Os Barbies (gays musculosos e de corpo definido) falam que detestam bichas magras e afeminadas. E o pior é que tentam colocar uma certa humanização em seus preconceitos dizendo que não tem nada contra os afeminados e que o negócio deles é macho com macho, com macho de pegada forte como eles, sem se aperceberem que estão se autodenominado animais! (Quer macho, vá a um zoológico transar com tigres!)

Os Fashion (gays que adoram roupas de marca e caras) dizem que detestam bicha pobre ou que se vestem mal e estão fora do padrão deles. Mas a grande maioria ou compram seus Dolce e Gabana, Dior e Chanel no Mercadinho Azul aqui na cidade ou se são mais chiques, vão para a 25 de março em São Paulo e voltam fazendo pose de compras na Oscar Freire. Normalmente a frase é “Bicha o Ó” (aquela que não presta é marginal e nesse caso não presta porque está fora de moda)

Os Magros masculinos ou mais femininos dizem que destestam bicha gorda. Eu sou magro e um dos namorados que eu tive , era gordo e tinha uma coisa mais gorda que eu amava! A inteligência e intelectualidade, que na maioria dos casos seguem a magreza das gays magras.

Os Gays novos falam mal das “Bichonas velhas” como se nunca fossem ficar velhos (se este é o caso, as bonitas podem começar a guardar dinheiro para plástica, mas assim mesmo se nota a idade!).

Os Gays Manos (esses preferem não ser chamados de gays porque afinal de contas também comem mulher, claro.) dizem que só os gays passivos que são viados, eles não são (Explicação: Hétero= Diferente; Homo=Igual, semelhante- portanto Mano, não se iluda você também é gay!).

Os Gays da Noite (representados aqui, todos os tipos noturnos) unem-se em grupos para ficar a noite inteira denegrindo e criticando todos os que passam, ao invés de divertirem-se.

Os Gays Ricos não gostam de se misturarem aos pobres (Dinheiro um dia acaba , pior se acabar junto com a beleza!). Claro porque obviamente existem classes sociais gays: riquíssimos, ricos, os de classe média, os quase podres e os muito pobres.

Quando as pessoas começarem a perceber que a palavra GAY não é o adjetivo alegre ou feliz e sim a abreviação da frase “Good As You” e que significa “Tão Bom Quanto Você”, talvez a sociedade GAY melhore!

Gostaram do que escrevi? Obrigado... Não gostaram ou se sentiram ofendidos pelas verdades ditas....Um beijo pro município , meu bem!

SEI LÁ?!







Milton Ferreira Verderi


Imagina! Estou escutando o meu programa especial do B-52´s, e a loka do meu lado falando em contratos!

Deeeeeeeeeus! Socooooorro! Não tenho condições de falar sobre negócios depois de uns 3 apafanis e um antialérgico na cabeça! To todo empipocado! Odeio Dipirona!

Um cachorro shi-tzu doido! Totalmente détraqué! Pulando de um lado pro outro! E B-52´s rolando...

E por mais que tudo isso estivesse acontecendo, o tempo não passava! Tudo muito rápido e o tempo lento! Viagens com a música, e a cara de CANECA olhando para o ser falando de negócios e eu pensava: - Será que tenho velocidade o bastante na minha cabeça para conseguir ter um pensamento lógico depois de tanta Canabis em minha head! Sei lá?!

E o B-52´s tocando! Eu to PAS-SA-DAAAAAAAA!

A única lógica que vejo nisto, é a falta de lógica...Até do que estou escrevendo aqui, neste momento! Mas sei de uma coisa. É tudo muito engraçado!kkkkkkk...

E a caveira de plástico banguela, que acabou virando um porta coisinhas...qualquer coisinha a gente põe dentro do crâneo! Nossa...qualquer coisinha mesmo...quase que literalmente!

Caetano curte, Nelson Gonçalves curtia e Elis Regina aprovava! Nossa que viagem...apafanis do bem! E o B-52´s me engolindo...

Já me imaginei na época em que eu curtia a moda New Wave, com muito gel na cabeça e roupas esquisitíssimas, verde limão com vermelhão e escritos na camisa com print néon!

E as calças quadriculadas da OP (Ocean Pacific)...luuuuuuuxo!

Dou um grito por causa do B-52´s e olho ao lado e a loka mexendo em seus cachinhos de cor castanho-amendôa-terra! Que cor será que eu inventei? Olho pra trás e vejo o shi-tzu détraqué esparramado no chão parecendo um tapete! Aliás pelos muito bem tratados!

Um incenso de pachouli rolando, me lembrando a década de 70 e 80, era só pachouli no ar! Muita paz, muito vento! “E o shi-tzu acordou...” disse a louka. E o B-52´s me enlouquecendo!

De repente um silêncio sepulcral, tomou conta do lugar! A loka mexendo nos cachinhos, eu escrevendo esta crônica e o shi-tzu esparramado no chão! Só se ouvia o barulho do meu teclado e o B-52´s fritando!!

Quero tomar um café da manhã em Plutão! Acho digno, pois não tenho nenhum segredo em Brokeback Mountain!

Olho pro lado e a loka me disse que eu estava muito loka! E depois disse que estava cheia de jóias e com o cabelão pra baixo da bunda! Depois eu que sou loka? Sei lá?! E o B-52´s entornando...

Tá. Tudo bem! Entendo que você que está lendo isso e tentando entender, deve estar pensando...Ai, quer saber? Sei lá?! Pense o que quiser.

Só sei que vim neste mundo para atrasar o trem das onze, pintar a asa preta de branco e fazer da Amélia uma mulher qualquer.

E o lance é manter a mente quieta, a espinha ereta e coração tranqüilo! E se o mundo gira, eu vou ficar parado aqui, pois a Avenida Paulista vai passar aqui em frente meu bem!

E o B-52´s pirando!

E eu to PAS-AS-DAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

DÁ LICENÇA...TÔ PASSANDO!




Já tô com nojo! Não agüento mais ouvir falar de Madonna...! AFFFFFFFF! Dentro de um país com tanta coisa para se preocupar, as bibas estão preocupadas se a Betty Lago falou que o show da Madonna é pra classe média!Só eu, este ser que vos escreve, já estou sabendo de gente que ta endividada só por que comprou o ingresso do show da “diva” em 3 suaves prestações!Acho que as pessoas deveriam pensar mais na própria situação de cada um dentro de um país como o nosso. Gente deixando de comer para ir ao show da "diva"! Classe média ou baixa, acho que temos mais coisas para nos preocupar do que a Madonna, pois a vida dela e da Betty Lago já estão feitas...E a nossa? Será que está? Feliz dela que pode pegar um avião e ir para “New York” assistir a um show, e convenhamos, prestem atenção nos DVDs de Madonna, Cher, Kylie, é só veadeiro na platéia! Poupem-me, vamos fazer nossas vidas, para da próxima vez também podermos pegar um avião para assistir o show de quem quer seja em qualquer lugar do planeta!E por favor, estão querendo me dizer que não estão comprando modelitos bonitinhos "fakes" de Dolce e Gabana na 25 de Março ou no Mercadinho Azul para ir ao show? Quanto à classe média...Que mal tem em ser classe média? Ou pobre? Ou rico? Até nisso a gente tem que ter preconceito?Eu já fui assistir Madonna e só vi Gays e Lésbicas em volta de mim...Incluindo eu mesmo! Somos nós da comunidade gay; sim que fazemos a carreira dessas supostas “Divas”, e depois temos que agüentar e passar carão se por acaso acontecer de implorarmos por um autógrafo! Elas ou eles que deveriam pedir autógrafos para nós! Nós somos os verdadeiros empregadores de todos esses artistas, nacionais ou internacionais! Pois sem nós eles não existem, pois não teriam ninguém para comprar seus produtos fonográficos, de moda ou o raio que os partam que seja!Gastar dinheiro só para mostrar que foi a um show, ou a um desfile todo mundo tem! Mas para pagar o aluguel atrasado, a conta de luz, o supermercado ou outras coisas nunca temos?Deve ser tendência ficar sem comer e ir a shows hoje em dia! Desculpem-me os "fashionistas”, mas desta moda não vou fazer parte!Prefiro fazer parte de uma moda mais antiga e desatualizada...Tipo ir à casa de um amigo para tomar um bom vinho e comer algo interessante com um bom papo! Prefiro estar fora da moda e ter minha geladeira cheia!Sei que tem gente que vai ler isto e dizer que sou uma bichinha recalcada! Posso até ser, só que com o dinheiro que as não recalcadas gastam só para aparecer em colunas sociais, ou se mostrarem nas boates gays, ou héteros, eu economizo e vou ser recalcada na Europa, neam?Dinheiro não trás felicidade, mas é ótimo sofrer em Paris!Pelo menos lá eu posso até assistir os shows das divas de graça nas paradas gays! Pois lá elas ralam para ter uma popularidade, ou então ligar a televisão e ver as “divas” cantando em programinhas tipo Raul Gil para mostrar a nova música de trabalho! Trabalho, sim! Pois elas trabalham e muito para poder conquistar o público! Enquanto isso num país distante terceiro mundista, quem está ralando são as tontas para poder ver de binóculos (se tiverem um, senão vão ver a distância mesmo) as supostas divas e depois sair do show e não ter nem dinheiro para pegar um ônibus para ir até a The Week!Me poupem... Dá licença! Tô passando! Um beijo pro município!

A FALTA DE CRIATIVIDADE ASSOLA ESTA PESSOA!







Milton Ferreira Verderi


Depois de tanto pensar, percebi que não penso mais! Será por causa do movimento anti-cultural que assola o país e acaba grudando no meu córtex cerebral, fazendo com que eu me transforme em mais um ser alienado?

A comunicação está se tornando escassa. Tento de todas as maneiras me comunicar e tentar expressar o mínimo de cultura e não consigo, pois as barreiras culturais estão tão massificadas que não existe mais assuntos.

Quando encontro pessoas de certo nível cultural e consigo conversar é um alívio. Até as revistas de novelas não são mais interessantes, pois única coisa que conseguimos ler são fofocas e mais fofocas sobre a vida de outros artistas ou celebridades (quando falo de celebridades, falo de pessoas que acrescentam algo e não personalidades “fake” de sucesso relâmpago).

A televisão, hoje em dia, não passa de uma magazine eletrônica de mau gosto! Cadê as grandes novelas como “O Rebú” de 1974 onde tínhamos o maravilhoso e saudoso Zbigniew Ziembinski no papel de Conrad Mahler. Mahler, o anfitrião perfeito, quebra sua rotina festiva e ardilosamente mata a jovem Sílvia, por ciúmes do seu relacionamento com Cauê, que vivia sob sua proteção. Tal novela causou frisson por ter um tema homossexual, em uma época cheia de tabus.

Onde estão roteiristas (aliás, a classe menos privilegiada da indústria cultural - trabalham feito loucos por praticamente nada), que fizeram o roteiro de “Espelho Mágico – Coquetel de Amor” de 1977, onde era mostrado, e muito bem mostrado, a vida das celebridades do mundo artístico e seus problemas pessoais, suas crises, seus sucessos e fracassos.

E na música? Até os grandes estão se massificando, pois não sabem até onde podem ir com suas mensagens para um povo desiludido de cultura e que provavelmente não irá entendê-los. Mas eles ainda são nossa salvação! Caetano volta maravilhoso em seu álbum “CÊ”, trazendo nuances do bom e velho Caetano que conhecemos. Temos ainda luzes no fim do túnel como Ana Carolina, Seu Jorge, Adriana Calcanhoto, Farofa Carioca e Fernanda Porto.

Na música pop, estamos em falta total de tudo, só existem músicas para “drag queens” baterem cabelo em seus shows! Sou gay, mas não sou drag! Não bato cabelo em casa! Quero ouvir algo para relaxar ou até mesmo dançar com alguém ou sozinho que seja!

Onde estão os grandes? Como Dead Can Dance, Cocteau Twins, etc?

Teatro, tenho medo! Quando vejo que a peça é experimental... meu Deus! Me arrepio pensando no que estarei indo assistir. Mas também se salva várias peças como “Gota D Água” do Grupo Breviário, prêmio merecidíssimo para Georgette Fadel (Prêmio Shell 2007 de melhor atriz, no papel de Joana), não fica devendo nada na interpretação para Bibi Ferreira. A direção de Georgette e Heron Coelho mostra uma coisa que falta no teatro hoje em dia: PESQUISA!

Peça de uma estética claramente brechtiana, com um verdadeiro experimentalismo dentro de palco de arena.

Temos grandes peças no interior paulista, como “Cem Gramas de Dentes” da Companhia Azul Celeste de São José do Rio Preto também dirigida por Georgete Fadel, tendo no elenco Jorge Vermelho e Marcelo Matos. Nesta peça você vê claramente a descoberta do ator, o texto de ator, a direção simples e forte, enfim o ator realmente participando do ato criativo.

Vemos também da mesma companhia de teatro, com direção de Jorge Vermelho, a peça “Doppelgänger”, com uma direção fina, inteligente, de uma elegância inesperada para um tema tão brusco. E temos vários outro que ainda acreditam na verdadeira arte, como Rick Matiolli, José Celso Martines Correa, Aimar Labaki dentre tantos outros.

Ainda temos esperança, enquanto existir pessoas e trabalhos honestos como os nomes citados acima e vários outros que me esqueci de citar.

Aplausos eternos para eles!


MOTIVO DE ATRASO








Milton Ferreira Verderi


Hoje me desculpe pelo atraso da matéria, as vezes acontece de nos esquecermos ou não termos nada em mente para escrever! No meu caso, foi o ultimo problema! Não sabia o que escrever, afinal , falo de cultura e comportamento, e nem sempre a gente consegue pensar em ambos, ou em um só para falarmos sobre.

Fiquei na expectativa de um deles aparecerem na minha mente!

E eis que surge a luz!

Meu melhor amigo me chamou para irmos na casa de um casal delicioso que conhecemos, 2 figuras ímpares, incríveis!

Lá começamos a conversar sobre todas as coisas que vinham na nossa cabeça. E com a ajuda do que jogávamos na nossa cabeça também! Pois, se Ney Matogrosso confessou que usa um “back” para ter inspiração...por que eu não poderia também?

Pois é, ontem tive uma das melhores noites que poderia ter...sem Lequeiras, abrindo aquele leque na cara da gente, a cada bate-cabelo da musica que está tocando. Sem seres bombados passando no meio de nossa roda sem pedir licença-hoje em dia acabou-se a educação , portanto pedir licença para passar é OUT! Pisar no pé das pessoas é IN!

Então, leitores, fiquei horas sentado, com meus amigos, tomando uma cervejinha, fumando um back e curtindo a amizade! Coisa quase em extinção hoje em dia!

Não quero ser saudosista a ponto de contar minhas peripécias na década de 80! Mas que dá um saudade danada...Dá mesmo!

Gente que sabe se conversar, sabe se entender. Adoro assuntos fúteis, mas ate dentro da futilidade existe criatividade, ou o famoso ÉLAN, palavrinha que caiu de moda mas diz tudo, para os que sabem o que ela significa!

Fico passado como hoje em dia o dialogo se transformou em monólogo! Você fala, fala, fala, e quando vê só você esta falando. As pessoas não conseguem se comunicar sem um MSN na frente, lá eles se comunicam...da pior maneira, mas se comunicam!

Se comunica por carinhas, chamadas EMOTICON, que significam Emotion Icons = Ícones de emoção.

É a comunicação mais falsa que pode existir, achamos que estamos sendo simpáticos, mas não sabemos se a cara da pessoa, que se mostra exageradamente emocionada – emoticons são exageradamente emocionados, e será que a pessoa realmente está esboçando um ar de emoção quando envia para gente tais carinhas?

Certa vez conheci uma pessoa na net e decidi passar meu msn para a pessoa, eu abri minha câmera, e a pessoa a dela. O Ser em questão mandava emoticons para mim, se esquecendo que eu o estava vendo...mandava carinhas de altas risadas e ele na cam , a pessoa mais seria e sem emoção que já encontrei. Estranho é que a conversa foi super interessante, mas sem nenhuma emoção por parte do Ser!

Quando, nos encontramos pessoalmente hoje em dia, percebam que as emoções, na grande maioria, viraram tão exageradas como os próprios emoticons!

E também vemos pessoas tão sem emoções que acho que elas ficam esperando a barra do MSN aparecer no meio da conversa para poderem clicar e mandar a emoção necessária para a conversa que esta sendo travada! É, hoje em dia a gente trava conversas, parece um ringue de boxe quando estamos conversando. Geralmente nos encontramos em boates ou bares com som altíssimo, sem um lugar para que possamos conversar em paz, se saímos do ambiente, para um ambiente externo no mesmo lugar, temos aquela chuva de informações em vídeos que estão passando na tela, fazendo com que a conversa se disperse e comecemos a conversar sobre as supostas Divas escolhidas pelas bate cabelos, pois elas querem ser iguais!

Por isso que ontem, foi simplesmente ótimo, pois eu pude me comunicar, no verdadeiro sentido da palavra! E conversamos coisas banais, interessante, culturais, fúteis... foi divino!

Tentem experimentar este tipo de socialização, tão escassa hoje em ida, antes que todos nós viremos um bando de emoticons sem emoções!

Mais um dúvida está atormentando este meu ser!

Será que eu fumo o “back”, ou o “back” é que me fuma?

E salve Professor Scott E. Fahlman, criador dos emoticons... beijos pro município, meu bem!

Tristeza! La Tristesse!









Milton Ferreira Verderi


A tristeza abate este ser! Super triste! Sem saber o que fazer, por não ter conseguido comprar o ingresso V.I.P do show da Madonna em Sampa na internet, tentei pensar, pois nem em camarote a Madonna quer tanto que “Music makes the people come together”. V.I.P para Madonna significa realmente “Very Important Person”! Muitas coisas para se pensar...tipo, como driblar os seguranças de Madonna, para conseguir pelo menos aparecer de papagaio de pirata em alguma foto que tirem dela. Mas o meu maior problema é se vou conseguir o ingresso para o show, já que não consegui na NET...vou tentar pista...mas se não tiver pista? Bobagem o negócio é arrasar, fina, rica, pois acredito em “Deus, Cristo, Buda e Dior”.

Mas eu tenho que chegar perto da rainha das rainhas! Já sei...(pausa para telefonar)... Alô, Wanderléia? Sou eu querida. Vamos ter que por em prática o plano A2, isso o A final da palavra Madonna. Você se esqueceu que os meus planos sempre começam com as iniciais do nome da diva? Plano M, plano A1, plano D, plano O, etc.? Então amiga, vai dar certo? Abalou! Super arrasou! Um beijo!

Tudo pronto! O plano A2, tem que dar certo. Isso que fiquei sabendo de planos de outras amigas que também não conseguiram o ingresso do show da diva! Tenho informantes! Aliás, sei tudo que se passa...mas, leitor, não precisa ter medo, nunca falaria de você! Tenho mais com que me ocupar. Olha só, tenho que me preparar para o plano A2 e ver que roupa vou para o show, pois em camarote, pista ou arquibancada, a ordem é arrasar, mesmo que seja assistindo o show pelo telão! Imagina, o telão de um show de Madonna!

Bobagem, vou levar meus binóculos de teatro. Ontem fui em uma Private Party e estávamos todas loucas e boas, de tanto apafânis que começamos a escutar todas as músicas luxo de Madonna! Quando de repente, uma desavisada lesa pediu para por Amy Whinehouse! Por favor, coisinhas de Jesus! Numa sessão Madonna, pedir uma Amy Whinehouse, quem está precisando de um Rehab e de um Detox é quem pediu a doida! Não que eu seja fã total aficionado de Madonna – na realidade eu gosto mesmo é de Anita Baker – mas a moda é falar de Madonna, pois ela está vindo aqui para o Brasil.

Em toda “boca pequena" é o que corre! Madonna pra lá, Madonna pra cá! E tudo continua se perdendo, e depois falam que quem faz escândalo é ela! Escândalo é todo mundo só se preocupar com ela! Eu não estou preocupado com a Madonna! Estou preocupado em poder ir ao show dela, isso é totalmente diferente, pois implica em poder aparecer nas rodas das boates, sendo apresentado a pessoas interessantes que foram ao show e poder trocar informações sobre a performance, sobre a produção etc.

Com as pessoas, nada interessantes que eu for apresentado, o negócio é fazer carão e começar a comentar as melhores partes do show e quando você está terminando de falar sobre a performance, você vem com a máxima: “Nem dá para descrever de tão maravilhoso” – e deixa a outra babando de raiva por você ter desconversado e ela ficar sem saber o final da performance para depois ela contar para as amigas como se ela mesma tivesse ido ao show e todos os carões possíveis. Mas para finalizar, pois tenho pressa...o plano A2 consiste no seguinte: eu falei com minha amiga Wanderléia, que é faxineira do hotel que a Madonna vai ficar hospedada. Wanderléia vai tirar folga no dia que Madonna chegar e só volta no primeiro dia depois de Madonna ter partido. Eu irei substituí-la, pois já foi feita a rota dos funcionários no andar da Diva e Wanderléia estava entre eles.

Portanto ela disse para o gerente que eu vou trabalhar no lugar dela. Imaginem, morram de inveja, eu limpando o quarto de Madonna! Pegando nos lençóis que ela dormiu...vendo o que ela come. Vai simplesmente me ajudar mais a tombar e xoxar a cara do povo! Ainda mais quando eles verem o vidrinho que irei fazer com um pedacinho do cocô de Madonna e mandarei fazer um pingente com ele, igual o do personagem do Guy Pearce em Priscila, a Rainha do deserto , que tinha um pingente com o cocô de um dos integrantes do ABBA! Luxo, só! Só no carão...e um beijo pro município!

Panorama do Teatro Brasileiro – Parte 3





Milton Ferreira Verderi


Depois de um “tempo de estio” e muita pesquisa aqui acabo o Panorama do Teatro Brasileiro, tentando ser justo e pedindo desculpas as pessoas que não foram citadas, pois existem tantas vertentes e tantas pessoas que fazer arte neste país, no sentido real da palavra que acabamos por achar que fomos injustos por não citá-las


Escolas de Teatro
Em 1938, Pascoal Carlos Magno cria, no Rio de Janeiro, o Teatro do Estudante, primeiro grupo sério de teatro amador. Como “Hamlet”, é lançado Sérgio Cardoso, que, mais tarde, será a primeira estrela do palco a tornar-se um popular ator de telenovelas.

Em 1948, Alfredo Mesquita funda em São Paulo a Escola de Arte Dramática (EAD).
Ainda em 1948, com ''O casaco encantado'', Lúcia Benedetti lança as bases do teatro infantil interpretado por adultos; sua seguidora mais importante é Maria Clara Machado ''Pluft, o fantasminha'', ''O rapto das cebolinhas'', que, na década de 50, cria o Tablado, importante centro de formação de atores ainda em atividade.
Serviço Nacional de Teatro
Fundado no fim dos anos 40, patrocina a criação de grupos experimentais e a montagem de novos textos brasileiros, como ''A raposa e as uvas'', de Guilherme de Figueiredo, aclamado no exterior.
Novos representantes do teatro de costumes são Pedro Bloch ''As mãos de Eurídice'' e o humorista Millôr Fernandes ''Do tamanho de um defunto''.
Preocupação com a Temática Social no Teatro
Na década de 50 os textos teatrais são marcados pela preocupação com as questões sociais. ''O Pagador de promessas'', de Dias Gomes - também autor de telenovelas -, se transforma num grande sucesso e é adaptada para o cinema em 1962 por Anselmo Duarte. O filme ganha a Palma de Ouro em Cannes.

Nelson Rodrigues, que firmara sua reputação com ''O Anjo Negro'', ''Álbum de Família'' e ''A Falecida'', desperta polêmica com ''Perdoa-me Por me Traíres'', ''Beijo no Asfalto'', ''Bonitinha mas Ordinária'', consideradas escandalosas.
Jorge Andrade retrata a decadência da aristocracia rural paulista em ''A moratória'' e a ascensão das classes novas em ''Os ossos do barão''.

Fora do eixo Rio-São Paulo, Ariano Suassuna, nas comédias folclóricas ''O Auto da Compadecida'' e ''O Santo e a Porca'', cruza o modelo renascentista das peças de Gil Vicente com a temática folclórica nordestina.

Jorge Andrade (1922-1984) nasce em Barretos, interior de São Paulo. Começa a carreira de dramaturgo, incentivado pela atriz Cacilda Becker. Na década de 50 escreve peças dramáticas e nos anos 60 estréia as comédias ''A Escada'' e ''Os Ossos do Barão'', ambas transformadas em novelas de televisão. Para a TV escreve também as novelas ''O Grito'' e ''As Gaivotas''. Ao lado de Nelson Rodrigues, é o dono da obra teatral mais significativa do Brasil: nela se destacam denúncias do fanatismo e da intolerância, como ''Veredas da Salvação'' ou o delicado testemunho autobiográfico de ''Rasto Atrás''.
A Contestação no Teatro
A partir do final dos anos 50, a orientação do TBC, de dar prioridade a textos estrangeiros e importar encenadores europeus, é acusada de ser culturalmente colonizada por uma nova geração de atores e diretores que prefere textos nacionais e montagens simples. Cresce a preocupação social, e diversos grupos encaram o teatro como ferramenta política capaz de contribuir para mudanças na realidade brasileira.

O Teatro de Arena, que com seu palco circular aumenta a intimidade entre a platéia e os atores, encena novos dramaturgos - Augusto Boal ''Marido Magro, Mulher Chata'', Gianfrancesco Guarnieri ''Eles não usam black-tie'', Oduvaldo Vianna Filho ''Chapetuba Futebol Clube'' - e faz musicais como ''Arena conta Zumbi'', que projeta Paulo José e Dina Sfat.

Trabalho semelhante é o de José Celso Martinez Correa no Grupo Oficina, também de São Paulo: além de montar ''Os pequenos burgueses'', de Gorki, ''Galileu, Galilei'', de Brecht, e ''Andorra'', de Max Frisch, redescobre ''O rei da vela'', escrito em 1934 por Oswald de Andrade, mas proibido pelo Estado Novo; e cria ''Roda viva'', do músico Chico Buarque de Holanda.

Chico havia feito a trilha sonora para '' Morte e Vida Severina'', auto nordestino de Natal, de João Cabral de Melo Neto, montado pelo Teatro da Universidade Católica de São Paulo (Tuca) e premiado no Festival Internacional de Teatro de Nancy, na França.

Os passos do Arena, de conotações nitidamente políticas, são seguidos pelo Grupo Opinião, do Rio de Janeiro. Seu maior sucesso é ''Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come'', de Oduvaldo Vianna Filho.

No final da década de 60, novo impulso à dramaturgia realista é dado por Plínio Marcos em ''Dois perdidos numa noite suja'' e ''Navalha na carne''. Outros autores importantes são Bráulio Pedroso ''O fardão'' e Lauro César Muniz ''O santo milagroso''.

Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006) nasce em Milão. Participa da criação do Teatro de Arena. ''Eles não usam black-tie'' - história de uma família de operários durante uma greve e suas diferentes posições políticas - é um marco do teatro de temática social. Junto com Augusto Boal monta ''Arena conta Zumbi'', onde são usadas técnicas do teatro brechtiano. Entre suas peças destacam-se também ''Um grito parado no ar'' e ''Ponto de partida''. Trabalha como ator de cinema (Eles não usam black-tie, Gaijin) e de novelas.


Plinio Marcos (1935-1999) nasce em Santos, filho de um bancário. Abandona cedo a escola. Trabalha em diversas profissões - é operário, camelô, jogador de futebol, ator. Em 1967 explode com ''Dois perdidos numa noite suja'' e ''Navalha na carne'', peças que retratam a vida dos marginais da sociedade. Sua temática realista e linguagem agressiva chocam parte do público e fazem com que suas peças sejam freqüentemente censuradas. Após dez anos sem publicar, lança ''A dança final'' em 1994. Vive da venda direta de seus livros e da leitura de tarô.

Oduvaldo Vianna Filho (1936-1974) nasce em São Paulo. Filho do dramaturgo Oduvaldo Vianna, torna-se conhecido como Vianinha. É um dos fundadores do Teatro de Arena e do Grupo Opinião. Suas peças ''Chapetuba F.C.'', ''Se ficar o bicho pega, se correr o bicho come'', ''Longa noite de cristal'', ''Papa Highirte'' e ''Rasga coração ''o transformam num dos mais importantes dramaturgos brasileiros. ''Rasga coração'', síntese do teatro brasileiro de seu tempo, fica censurada por cinco anos durante o regime militar e só é montada em 1979, após sua morte.
Censura
Na década de 70 a censura imposta pelo governo militar chega ao auge. Os autores são obrigados a encontrar uma linguagem que drible os censores e seja acessível ao espectador.
Nessa fase, surge toda uma geração de jovens dramaturgos cuja obra vai consolidar-se ao longo das décadas de 70 e 80:
· Mário Prata (Bésame mucho),
· Fauzi Arap (O amor do não),
· Antônio Bivar (Cordélia Brasil),
· Leilah Assunção (Fala baixo senão eu grito),
· Consuelo de Castro (Caminho de volta),
· Isabel Câmara (As moças),
· José Vicente (O assalto),
· Carlos Queiroz Telles (Frei Caneca),
· Roberto Athayde (Apareceu a margarida),
· Maria Adelaide Amaral (De braços abertos),
· João Ribeiro Chaves Neto (Patética),
· Flávio Márcio (Réveillon),
· Naum Alves de Souza (No Natal a gente vem te buscar).
Marcam época também as montagens feitas, em São Paulo, pelo argentino Victor García: ''Cemitério de automóveis'', de Fernando Arrabal, e ''O balcão'', de Jean Genet - nesta última, ele chega a demolir internamente o Teatro Ruth Escobar para construir o cenário, uma imensa espiral metálica ao longo da qual se sentam os espectadores.
Novas Propostas
A partir do final da década de 70, aparecem grupos de criação coletiva, irreverentemente inovadores.
· ''Trate-me leão'', do Asdrúbal Trouxe o Trombone, aborda o inconformismo e a falta de perspectivas da adolescência e revela a atriz Regina Casé.
· ''Salada paulista'', do Pod Minoga também calca seu humor nos problemas do cotidiano.
· Já ''Na carreira do divino'', de Alberto Soffredini, baseia-se numa pesquisa do grupo Pessoal do Vítor sobre a desestruturação do mundo caipira.
· Antunes Filho é aplaudido por sua adaptação de ''Macunaíma'', de Mário de Andrade, e Nelson Rodrigues, ''O eterno retorno''.
· Luiz Alberto de Abreu ''Bella ciao'', Flávio de Souza ''Fica comigo esta noite'' e Alcides Nogueira ''Lua de Cetim'' e ''Opera Joyce'' destacam-se entre os autores.
· O Ornitorrinco, de Cacá Rosset e Luís Roberto Galizia, inaugura, com ''Os párias'', de Strindberg, e um recital das canções de Kurt Weil e Brecht, uma fórmula underground original.
· Os espetáculos posteriores de Rosset, o ''Ubu'', de Alfred Jarry, o polêmico ''Teledeum'', do catalão Albert Boadella, ''Sonhos de uma noite de verão'' e ''Comédia dos erros'', de Shakespeare, são comercialmente bem-sucedidos.
Antunes Filho (1929- ) começa a trabalhar com teatro dirigindo um grupo de estudantes. Na década de 50 trabalha como assistente de direção no TBC. No final dos anos 70 rompe com o teatro mais comercial em sua montagem de Macunaíma, de Mário de Andrade, um dos marcos do teatro brasileiro. Com Nelson Rodrigues, o eterno retorno, montagem que engloba as peças Toda nudez será castigada, Os sete gatinhos, Beijo no asfalto e Álbum de família, traz à tona a discussão sobre a obra de Nelson Rodrigues. No Centro de Pesquisas Teatrais, pesquisa um modo brasileiro de fazer teatro.
Tendências atuais Marcada pela pluralidade de concepção teatral.
O trabalho dos diretores torna-se mais conhecido do que o dos autores.
Novos Autores
Em São Paulo destacam-se:
· Otávio Frias Filho (Típico romântico, Rancor),
· Noemi Marinho (Fulaninha e Dona Coisa, Almanaque Brasil).
· Marcos Caruso e Jandira Martini que fizeram sucesso com Porca Miséria.
No Rio de Janeiro surge o besteirol, que começa com humor e irreverência e avança para um texto mais crítico. Os mais conhecidos dramaturgos dessa linha são:
· Miguel Falabella (A partilha, Como encher um biquíni selvagem, No coração do Brasil) e
· Mauro Rasi (Batalha de arroz num ringue para dois, Viagem a Forlí).
Novos Diretores
Controvérsia cerca as montagens de Gerald Thomas : Carmen com filtro, Electra e a trilogia de adaptações de Kafka. Entre os cariocas destacam-se Moacyr Góes, com A escola de bufões, e Enrique Díaz, que, aos 22 anos, surpreende com A Bao a Qu, baseado em Jorge Luís Borges. O paulista Ulysses Cruz, com o grupo Boi Voador, monta Velhos Marinheiros e Típico Romântico.
Também desponta o talento do mineiro Gabriel Villela, que faz teatro de rua com o Grupo Galpão, de Belo Horizonte (Romeu e Julieta) e assina as montagens de A vida é sonho, de Calderón de la Barca, e A guerra santa, além de uma excelente A Falecida, de Nelson Rodrigues. Bia Lessa (Cartas portuguesas, Orlando) cria soluções cenográficas originais e faz uma leitura extremamente pessoal de textos clássicos.
A cada dia, novos nomes brilham no cenário teatral brasileiro. Os nomes que apresentamos aqui são apenas alguns entre os muitos outros que atuam por este imenso Brasil. Posso citar dentre vário, principalmente no interior paulista, Ricardo Matiolli com suas concepções graves, pesadas e beirando ao minimalismo e tantos outros que posso chegar a ser redundante e repetitivo em tais palavras.
Espero que estes 3 panoramas, possam ter trazido um pouco mais de cultura ao leitor e ter feito perceber que nosso país é essencialmente cultural em todas as formas!

Panorama do Teatro Brasileiro – Parte 2





Milton Ferreira Verderi

Do século XVII ao início do século XIX o teatro é marcadamente colonial, fortemente influenciado pelo teatro português. Os primeiros textos, como o ''Auto da festa de S. Lourenço'', do padre José de Anchieta, são escritos pelos jesuítas de Piratininga, numa mistura de espanhol, português e tupi-guarani. Visam a catequese e são encenados pelos indígenas.

Em Minas Gerais, durante o século XVIII, atores portugueses visitam Vila Rica. A única peça local preservada é ''O parnaso Obsequioso'', de Cláudio Manuel da Costa, em homenagem ao aniversário do governador.

No Rio de Janeiro, na segunda metade do século XVIII, o Teatro do padre Ventura encena as "óperas" - na verdade, comédias entremeadas de canções - de Antônio José da Silva, o Judeu ''Guerras do Alecrim e Mangerona'', autor nascido no Brasil mas que vive praticamente toda sua vida em Portugal. E o Teatro de Manuel Luís importa espetáculos de Portugal e da Espanha.
As representações acontecem principalmente em ocasiões festivas, quando grupos amadores montam, em praça pública, peças de tom popular, louvando as autoridades. Depois que a sala do padre Ventura é destruída por um incêndio (1769) e a de Manuel Luís é fechada, D. João VI manda construir, em 1810, o Real Teatro de São João, atual João Caetano, onde também se exibem atores portugueses. Só no romantismo surge um teatro com características nacionais.
Romantismo
Primeira metade do século XIX. No reinado de D. Pedro I, surge o primeiro grande ator brasileiro, João Caetano dos Santos. No ano seguinte, ''O juiz de paz na roça'' revela Luís Carlos Martins Pena, cujas comédias fazem uma crítica bem-humorada da sociedade da época.
Os dramas ''Leonor de Mendonça'', de Antônio Gonçalves Dias, e ''Gonzaga'' ou ''A revolução de Minas'', de Antônio Castro Alves; e as comédias ''A torre em concurso'', de Joaquim Manuel de Macedo, e ''O demônio familiar'', de José de Alencar , vêm ampliar o repertório nacional.

João Caetano (1808-1863) é considerado o primeiro grande ator brasileiro. Especializado em papéis dramáticos, trabalha em peças de autores como Victor Hugo, Shakespeare, Alexandre Dumas Filho e Molière. Sua montagem de ''Antônio José'' ou ''O poeta e a Inquisição'' (1838), de Gonçalves de Magalhães, dá início a um teatro com temas e atores brasileiros. No livro ''Lições Dramáticas'' reflete sobre a arte de representar.

Luís Carlos Martins Pena (1815-1848) nasce no Rio de Janeiro, de família pobre. Torna-se diplomata, chegando a adido em Londres. Utiliza com maestria a linguagem coloquial e faz rir com situações engraçadas envolvendo pessoas do interior em contato com a corte em peças como ''O juiz de paz da roça'', ''Um sertanejo na corte'' e ''A família e a festa na roça''. É o primeiro dramaturgo importante do cenário brasileiro e um dos primeiros a retratar o princípio da urbanização do país.


Realismo
Segunda metade do século XIX. A reação aos excessos românticos já se percebe numa peça de transição, como ''ALição de botânica", de Joaquim Maria Machado de Assis . Joaquim José da França Júnior ''Como se faz um deputado'', ''Caiu o ministério'' traça, num tom bem amargo, o painel das maquinações políticas do 2º Império. Igualmente satírico, mas brincalhão, é o tom de Artur de Azevedo. Também Henrique Maximiano Coelho Neto pratica, em ''Quebranto'' ou ''O patinho feio'', uma comédia de costumes ágil e leve.

Mas as companhias nacionais são precárias, e os atores mais aclamados - Furtado Coelho, Lucinda Simões e Adelaide Amaral - ainda são portugueses.
Artur de Azevedo (1855-1908) nasce no Maranhão e muda-se para o Rio de Janeiro em 1873. Além de se dedicar ao teatro, trabalha também como jornalista. Cria, com ''As burletas'', ''O mambembe'' ou ''A capital federal'', a comédia musical brasileira. Escreve também paródias de dramas franceses. Sua importância não se restringe ao texto, atua também divulgando obras de outros autores. Pouco antes de morrer é nomeado diretor do Teatro da Exposição Nacional.
Simbolismo
Primeiros anos do século XX. De uma produção muito irregular, que se limita a copiar autores europeus, salvam-se ''Eva'', de João do Rio (pseudônimo de Paulo Barreto); ''O Canto sem palavras'', de Roberto Gomes; e ''A comédia do coração'', de Paulo Gonçalves. Mas o isolamento criado pela 1ª Guerra Mundial gera um embrião nacionalista que se manifesta, sob a forma de temática regional, em ''Flores de sombra'', de Cláudio de Sousa, e ''Onde canta o sabiá'', de Gastão Tojeiro.
Modernismo
Embora o teatro seja a arte menos atingida pela Semana de Arte Moderna de 1922, uma de suas conseqüências é a criação, por Álvaro Moreira, do Teatro de Brinquedo, que estréia com ''Adão, Eva e outros membros da família'' (1927). Escrita em linguagem coloquial, coloca em cena, pela primeira vez, como protagonistas, dois marginais: um mendigo e um ladrão. Esse exemplo será seguido por Joracy Camargo em ''Deus lhe pague'', primeira peça brasileira a obter sucesso no exterior.
Companhias Nacionais
Leopoldo Fróes cria a primeira companhia inteiramente nacional depois de voltar de Portugal, em 1908, e procura fixar uma dicção teatral brasileira, livre dos maneirismos herdados de atores portugueses. Para seu grupo contribuem Viriato Correa (Sol do sertão), Oduvaldo Vianna (A casa do tio Pedro) e Armando Gonzaga (Cala a boca, Etelvina!).
Nas décadas de 30 e 40 Jaime Costa, Procópio Ferreira , Abigail Maia e Dulcina de Moraes fundam suas próprias companhias, ativas até o fim dos anos 50.
A húngara Eva Todor, naturalizada brasileira, e seu marido, Luís Iglésias ''Chuvas de verão'', além de apresentar comédias leves, revelam textos de Bernard Shaw, Ferenc Molnár e Henryk Ibsen.



Modernização do Teatro
Geração TBC - Teatro Brasileiro de Comédia
Em 1948 o industrial italiano Franco Zampari funda, em São Paulo, o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), marco na história do teatro brasileiro. A posição de preponderância que ocupa deve-se à incorporação de novos talentos: Nídia Lícia, Paulo Autran, Cacilda Becker , Sérgio Cardoso, e à importação dos diretores italianos Luciano Salce e Adolfo Celli, que ajudam a formar os brasileiros Flávio Rangel e Antunes Filho. Com o sucesso em São Paulo, o TBC abre uma filial no Rio.

As companhias de Eva Todor, Maria Della Costa, Dulcina e Odilon, Procópio e Bibi Ferreira são contratadas para excursionar em Portugal e suas colônias. Os problemas criados por uma estrutura grande e onerosa, a morte de Franco Zampari e cisões entre os membros do elenco fazem com que, ao longo da década de 50, o TBC se desmembre nos grupos de: Tônia Carreiro, Paulo Autran e Margarida Rey, dirigido por Adolfo Celli; de Cacilda, o marido Walmor Chagas e a irmã Cleyde Yáconis, dirigido por Ziembinski; o Teatro dos Sete, de Fernanda Montenegro, Italo Rossi e Sérgio Brito; e o de Sérgio Cardoso e Nídia Lícia.
Contribuição Estrangeira
Na década de 40 alguns atores do Leste europeu refugiam-se no Brasil. Entre eles, estão o ucraniano Eugênio Kusnet, ator e professor que vai ter importância crucial na primeira fase do Teatro Oficina ao introduzir com todo o rigor o método Stanislavski; e o polonês Zbigniew Ziembinski , que, com o cenógrafo Gustavo Santa Rosa, funda Os Comediantes, com os quais monta Pirandello, Eugene O'Neill e Arthur Miller.

O trabalho de Ziembinski em ''Vestido de noiva'', de Nelson Rodrigues, encenada em 1943, transforma o papel do diretor de teatro no Brasil. Até então não se conhecia a figura do diretor como responsável pela linha estética do espetáculo, ele era apenas um ensaiador.
Revolução na Dramaturgia
O pioneiro da moderna dramaturgia brasileira é Nelson Rodrigues, que constrói uma obra coerente e original, expondo o inconsciente da classe média com seus ciúmes, loucuras, incestos e adultérios.

Nelson Rodrigues (1912-1980) nasce no Recife e ainda criança muda-se para o Rio de Janeiro. Filho de um jornalista, começa aos 13 anos a trabalhar como repórter no jornal do pai. Resolve escrever para teatro para aumentar sua renda. Sua primeira peça encenada é ''Mulher sem pecado'', em 1942. Mas o marco da moderna dramaturgia brasileira é ''Vestido de Noiva'' - texto fragmentário e ousado sobre as lembranças e delírios de uma mulher que agoniza durante uma cirurgia.

Panorama do Teatro Brasileiro 1



Milton Ferreira Verderi




Decidi falar sobre o teatro brasileiro e suas origens. Nosso Teatro tão rico, tão fluente e com tantos afluentes. Num país tão sem memória, esquecemos de nossa arte, e acho que devemos lembrá-la.

O teatro no Brasil tem suas origens remotas com os Jesuítas do Século XVI, com suas práticas de evangelização, mas se popularizou mesmo no século XX.

O teatro dos Jesuítas no século XVI – posso deixar mais preciso, que os jesuítas que iniciaram o uso do teatro aqui no Brasil, eram vindos de Coimbra - tinha como objetivo claro a evangelização dos índios e apaziguar os conflitos entre os colonos portugueses e espanhóis.

No primeiro grupo de jesuítas a desembarcar na Bahia de Todos os Santos, em 1549, tinha em sua comitiva – encabeçada por Tomé de Souza – quatro religiosos, entre eles o padre Manuel da Nóbrega.

No segundo grupo que chegou no Brasil em 13 de julho de 1553, na comitiva de Duarte da Costa, estava o jovem José de Anchieta, com dezenove anos de idade. O Brasil já era chamado de Província do Brasil.

O Brasil tinha somente 57 mil habitantes, na época, formado por colonos, geralmente criminosos e os índios de vida nômade.

Para que não houvesse conflitos durante a catequese, os jesuítas, começaram a adequar os aparatos indígenas, plumas, etc, para o teatro e catequização, introduzindo até mesmo as danças silvícolas nas representações.

Eles mesclavam , as tradições locais com as narrativas hagiográficas (vida dos santos) e como toda dominação cultural prescinde um conhecimento da cultura do dominado.

O elenco eram os índios catequizados, e o cenário algumas vezes eram montados, mas a maioria das vezes era a própria natureza, e também nos átrios das igrejas, no mais convincente estilo medieval.

O espetáculo mais grandioso foi “ O Auto das Mil Virgens”, em maio de 1583, em honra aos padres Cardim e Gouveia e que contou com a participação de todo o povo da Bahia. Este auto, que era uma tragicomédia inspirada na vida de Santa Úrsula e na lenda das onze mil virgens, foi representada cinco vezes entre os anos de 1582 e 1605.

O pesquisador Mario Cacciaglia em sua "Pequena História do Teatro Brasileiro" faz uma rica descrição do que teria sido a primeira apresentação (1583), que ele adjetiva como espetacular, como segue: "...depois da missa, com acompanhamento de um coro de índios, com flautas e, da capela da Catedral, com órgãos e cravos, teve início uma procissão de estudantes precedida pelos vereadores e pelos sobrinhos ou netos do governador; os estudantes carregavam três cabeças de virgens cobertas por um pálio e puxavam sobre rodas uma esplêndida nau sobre a qual eram levadas em triunfo as virgens mártires (estudantes travestidos), enquanto da própria nau eram feitos disparos de arcabuz. De vez em quando, durante o percurso, falavam das janelas personagens alegóricas, em esplêndidos costumes: a cidade, o próprio colégio e alguns anjos. À noite foi celebrado na nau o martírio das virgens, com o aparato cênico de uma nuvem que descia do céu e dos anjos que chegavam para sepultar as mártires."

O Teatro de José de Anchieta

A maioria dos textos teatrais da época descrita acima que temos em registro, são de autoria do padre José de Anchieta e chegaram a nós graças ao processo de sua beatificação em 1736.

Sábato Magaldi considera, de toda obra do missionário, "o texto mais complexo e digno de interesse", o Auto de São Lourenço ou Na Festa de S. Lourenço é uma peça trilíngüe que teve sua primeira representação na cidade de Niterói em 1583. O texto é rico em personagens e situações dramáticas, envolvendo canto, luta e dança para narrar o martírio do santo. Há muitos aspectos que denotam a inteligência do missionário ao urdir a trama, mas é digno de nota o artifício de substitui o tradicional mecanismo do sincretismo religioso por um outro que poderíamos classificar de sincretismo demonológico. Assim, Anchieta aproxima os demônios da igreja católica dos demônios familiares aos índios (Guaixará, Aimberê e Saravaia) - nomes tomados dos índios Tamoios que se uniram aos invasores franceses, forma também de criticar a situação política do momento. Os demônios advogam pelos terríveis hábitos dos índios: o cauim, o fumo, o curandeirismo e a poligamia. O texto, trilíngüe, visa dialogar com índios, portugueses e espanhóis.

Em Recebimento que fizeram os índios de Guaraparim ao Padre Provincial Marçal Beliarte, Anchieta cria divertidos diálogos entre demônios que prometem levar muitos pecadores locais para os infernos, além de cânticos de arrependimento dos indígenas que um dia foram antropófagos.
Na visitação de Santa Isabel, considerada última obra do jesuíta, é um diálogo em espanhol que narra o encontro da Virgem Maria com sua prima, Isabel (mãe de São João Batista). Finalizada por uma procissão solene, a encenação era para celebrar a construção de uma Santa Casa de Misericórdia, com data e local de representação obscuros.
Da dramaturgia de catequese, tem registro de 25 obras teatrais, de algumas obras só se tem o título. Segue-se os nomes e representações de tais textos:

· 1557 Diálogo, Conversão do Gentio - padre Manuel da Nóbrega.
· 1564 Auto de Santiago - representado em Santiago da Bahia.
· 1567-70 Auto da Pregação Universal - padre José de Anchieta - representada em São Vicente e São Paulo de Piratininga.
· 1573 Diálogo - representado em Pernambuco e na Bahia.
· 1574 Diálogo - representado na Bahia.
· 1574 Écloga Pastoril - representado em Pernambuco.
· 1575 História do Rico Avarento e Lázaro Pobre - representado em Olinda, padre
· 1576 Écloga Pastoril - representado em Pernambuco.
· 1578 Tragicomédia - representada na Bahia.
· 1578 Auto do Crisma - padre José de Anchieta - representada no Rio de Janeiro
· 1583 Auto de São Sebastião - representado no Rio de Janeiro.
· 1583 Auto Pastoril - representado no Espírito Santo.
· 1583 Auto das Onze Mil Virgens - representado na Bahia
· 1584 Diálogo da Ave Maria - representado no Espírito Santo
· 1584 Diálogo Pastoril - representado no Espírito Santo
· 1584 Auto de São Sebastião - representado no Rio de Janeiro
· 1584 Auto de Santa Úrsula - padre José de Anchieta - representado no Rio de Janeiro
· 1584 Diálogo - representado em Pernambuco
· 1584 Na Festa do Natal - padre José de Anchieta
· 1586 Auto da Vila da Vitória ou de São Maurício - padre José de Anchieta - representado em Vitória (ES)
· 1586 Na Festa de São Lourenço ou Auto de São Lourenço - padre José de Anchieta
· 1587 Recebimento que Fizeram os Índios de Guaraparim - padre José de Anchieta - representado em Guarapari (ES)
· 1589 Assuerus - representado na Bahia.
· 1596 Espetáculos - representado em Pernambuco
· 1598 Na visitação de Santa Isabel - padre José de Anchieta

COM USURA NENHUM HOMEM TERÁ CASA DE BOA PEDRA (Um singelo ensaio sobre Ezra Pound)


MILTON FERREIRA VERDERI

Falar sobre Ezra Pound é um tanto difícil. Sabendo de toda polêmica e paradoxo sobre seu anti-semitismo, sobre ele ter apoiado Mussolini, ter tido como defensor e discípulo Louis Zukofsky um dos maiores poetas americanos modernos e judeu. Ezra Pound tenta em seus poemas passar um idealismo de governo baseado em Confúcio, através de passagens líricas, descrições históricas e suas técnicas “ideográficas”.

Dentro de sua maior obra ‘Os Cantos’ – em português temos uma belíssima tradução de José Lino Grunewald pela Editora Nova Fronteira - percebemos uma falta de roteiro e final definitivo. A primeira leitura de ‘Os Cantos’ parece caótica e sem estrutura. R. P. Blackmur em 1934 escreveu: “O trabalho de Ezra Pound é, para a maioria das pessoas, tão difícil de entender como a Rússia Soviética... "Os Cantos” não são complexos, são complicados”. O problema do trabalho de Pound é a incoerência, existem notas equivocadas, mostrando que Pound não conseguia trazer a coerência em seu material, apesar de ele próprio admitir que as palavras, por si só, já são coerentes.

Ele fazia até de suas cartas para o pai, certa estrutura já profetizando o que viria em ‘Os Cantos’. Em uma de suas cartas enviadas ao pai em 1920 ele diz assim:

A.A Homem vivo desce ao mundo dos homens

C.B A repetição na história

B.C O ‘momento mágico’ ou o momento de metamorfose, se prende através do quotidiano dentro do ‘mundo divino ou permanente’. Deuses, etc.

As letras ABC/ACB indicam as seqüências nas quais os conceitos podem ser apresentados. Na luz de ‘Os Cantos' – escritos mais tarde – seria possível adicionar outros motivos recorrentes nesta lista, tais como: periploi (‘viagens ao redor’); rituais de vegetação tais como os Mistérios Eleusianos; usura, bancos e créditos; e ser levado na claridade da arte, tais como a ‘linha clara’ da pintura Renascentista e a ‘canção clara’ dos trovadores.

A estrutura simbólica do poema também faz o uso da luz e da escuridão. Imagens de luz são usadas em grande variedade, e pode representar as idéias de divindades neoplatônicas, o impulso artístico, o amor (carnal ou sagrado), o bom governo, dentre outras coisas.

A Lua é frequentemente associada com a criatividade, enquanto o Sol é relacionado com a esfera política e atividades sociais. Várias vezes tais estrelas trocam de posição, pegando uma a atividade da outra, atividade poética. O esforço do poema é combinar ou unir esse dois aspectos de luz num todo único.

‘Os Cantos” foi inicialmente publicado na forma de seções separadas, cada uma contendo vários cantos que eram numerados sequencialmente usando numerais romanos (com exceção dos cantos 85-109, primeiro publicados com numerais arábicos).

As datas originais de publicação dos grupos de cantos são dadas abaixo. A coleção completa dos cantos foi publicada em 1987(incluindo uma coda final ou fragmento, datado de 24 de Agosto de 1966). Em 2002 uma edição bilíngüe de Cantos Póstumos (Canti postumi) apareceu na Itália. Esta é uma concisa seleção de um conjunto de rascunhos, entre 1915-1965, não agrupados ou não publicados por Pound e contém muitas passagens de mérito intrínseco que também joga uma luz em “Os Cantos” como nós o conhecemos.

“Os Cantos” como foi publicado pela primeira vez:

1. I – XVI (publicados entre 1924 e 1925 pela Three Mountain Press em Paris)

2. XVII – XXX (publicados entre 1924 e 1925 como um rascunho pela Three Mountain Press em Paris)

3. XXI – XLI (publicados como Onze Cantos Novos pela Farrar & Rinehart Inc. New York, 1934).

4. XLII – LI (publicados como A Quinta Década dos Cantos pela Faber & Faber, Londres, 1937).

5. LII – LXI –Os Cantos da China (publicados como Cantos LII – LXI pela New Directions, Norfolk, Connecticut, 1940).

6. LXII – LXXI – Os Cantos de Adams (publicados como Cantos LXII – LXXI pela New Directions, Norfolk, Connecticut, 1940).

7. LXXII – LXXIII – Os Cantos Italianos (escritos entre 1944 e 1945 – foram incluídos postumamente em 1987 – Pound reverte ao modelo de “A Divina Comédia de Dante" e coloca a ele mesmo conversando com fantasmas de uma Itália remota e de um passado recente)

8. LXXVI – LXXXIV – Os Cantos Pisanos (publicados como Os Cantos Pisanos pela New Direction, Nova Iorque, 1948).

9. LXXV – XCV – Rock – Drill (Rocha – Furadeira) (publicados como Rock – Drill, 85 -95: de los cantares pela New Directions, Nova Iorque, 1956).

10. XCVI – CIX – Tronos (publicado como Tronos: 96-109 de los cantares pela New Directions, Nova Iorque, 1959)

11. Rascunhos e Fragmentos dos Cantos CX –CXVII (publicado como Rascunhos e Fragmentos dos Cantos CX – CXVII pela New Directions, Nova Iorque, 1969).