quinta-feira, 8 de outubro de 2009

“A MÁSCARA DIZ MAIS DO QUE A FACE”


MILTON FERREIRA VERDERI

Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde (Dublin, 16 de outubro de 1854" Paris, 30 de novembro de 1900, foi um escritor irlandês
Criado numa família protestante, estudou na Portora Royal School de Enniskillem e no Trinity College de Dublin, onde sobressaiu como latinista e helenista. Ganhou depois uma bolsa de estudos para o Magdalene College, Oxford
Wilde saiu de Oxford em 1878. Um pouco antes havia ganhado o prêmio Newdigate com o poema "Ravena".Passou a morar em Londres e começou a ter uma vida social bastante agitada, sendo logo caracterizado por suas atitudes extravagantes. Foi convidado para ir aos Estados Unidos a fim de dar uma série de palestras sobre o movimento estético por ele fundado, o esteticismo, ou dandismo, que defendia, a partir de fundamentos históricos, o belo como antídoto para os horrores da sociedade industrial, sendo ele mesmo um dandi. Em 1883, vai para Paris e entra para o mundo literário local, o que o leva a abandonar seu movimento estético. Volta para a Inglaterra e casa-se com Constance Lloyd, filha de um rico advogado de Dublin, indo morar em Chelsea, um bairro de artistas londrinos. Com Constance teve dois filhos, Cyril, em 1885 e Vyvyan, em 1886. O melhor período intelectual de Oscar Wilde é o que vai de 1887 a 1895.

O sucesso




Em 1892, começa uma série de bem sucedidas comédias, hoje clássicos da dramaturgia britânica: O Leque de Lady Windermere; 1892
Uma mulher sem importância; 1893
Um marido ideal, A importância de ser prudente,(ambas de 1895). Nesta última, o ar cômico começa pelo título ambíguo: Earnest, "prudente" em inglês, tem o mesmo som de Ernest, nome próprio.
Publica contos como O Príncipe Feliz e O rouxinol e a rosa(que escrevera para os seus filhos) e O crime de Lord Artur Saville. O seu único romance foi O retrato de Dorian Gray. A situação financeira de Wilde começou a melhorar cada vez mais, e, com ela, conquista uma fama cada vez maior. O sucesso literário foi acompanhado de uma vida cada vez mais mundana. Suas atitudes tornaram-se cada vez mais excêntricas.



Os Julgamentos e Prisão

(Oscar Wilde e Lord Alfred Douglas)


Em Maio de 1895, após três julgamentos, foi condenado a dois anos de prisão, com trabalhos forçados, por "cometer atos imorais com diversos rapazes”. Wilde escreveu uma denúncia contra um jovem chamado Bosie, publicada no livro De Profundis, acusando-o de tê-lo arruinado. Bosie era o apelido de Lorde Alfred Douglas, um dos homens de que se suspeitava que Wilde fosse amante. Foi o pai de Bosie que levou Oscar Wilde ao tribunal. No terrível período da prisão, Wilde redigiu uma longa carta a Douglas.
A imaginação como fruto do amor é uma das armas que Wilde utiliza para conseguir sobreviver nas condições terríveis da prisão. Apesar das críticas severas a Douglas, ele ainda alimenta o amor dentro de si como estratégia de sobrevivência. A imaginação, a beleza e a arte estão presentes na obra de Wilde.
Após a condenação sua vida mudou radicalmente e o talentoso escritor viu, no cárcere, serem consumidas sua saúde e reputação. No presídio, o autor de Salomé (1893) produziu, entre outros escritos, De Profundis, o clássico anarquista, A alma do homem sob o socialismo e a célebre Balada do cárcere de Reading.

Os últimos anos





Foi libertado em 19 de maio de 1897. Poucos amigos o esperavam na saída, entre eles o maior, Robert Ross.
Passou a morar em Paris e a usar o pseudônimo Sebastian Melmoth. Suas roupas tornaram-se mais simples, e o escritor morava em um lugar humilde, de apenas dois quartos. Sua produtividade literária é pequena.
O fato histórico de seu sucesso ter sido arruinado pelo Lord Alfred Douglas (Bosie) tornou-lhe ainda mais culto e filosófico, sempre defendendo o amor que não ousa dizer o nome, definição sobre a homossexualidade, como forma de mais perfeita afeição e amor.
Oscar Wilde morreu de um violento ataque de meningite (agravado pelo álcool e pela sífilis) às 9h50min do dia 30 de novembro de 1900.
Grande conhecedor da sociedade Vitoriana da Inglaterra, Oscar percebe que tudo a sua volta está desmoronando moralmente, num mundo onde a moralidade estava totalmente disfarçada.

Oscar Wilde, começa a perceber-até mesmo com ele- a falsa sociedade, baseada nos parâmetros da vaidade, fazendo com que as pessoas não fossem mais elas mesmas.
Comecem a pensar sobre essa observação e sobre a vida de Oscar Wilde e percebam que a sociedade somente mudou de século, mas não de atitude.

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